Escândalo: Tolos são os que acreditam na câmera lenta. Free Zé Ivaldo!

Esportes

Meus amigos, aqui Lombardo Gomes, seu ex-narrador em atividade. O jornalista esportivo recordista em anúncios de jabá em todas as mídias: rádio, televisão, jornal e revista. Aliás, saudade dos meus queridos amigos do Forninho, do Fornão, do Estevam, do Porão Italiano.

Nelson Rodrigues, com quem certa vez saí no braço em pleno Maracanã, por causa de uma carteira de cigarros, vaticinou, com razão: “O videotape é burro”. Pois eu acrescentaria, sem a pretensão de me colocar no mesmo patamar, que é outro, do enfumaçado dramaturgo: “E a câmera lenta também!”.

O duelo entre Athletico e Palmeiras, no Estádio Joaquim Américo, pelo certame nacional, reservou lance digno de manual, episódio enciclopédico, para que as gerações futuras possam, no futuro, entender o passado e, mais notadamente, a bruxaria que é o chamado Video Assistant Refereee, o cognominado VAR.

Zé Ivaldo, talvez o último exemplar de uma das mais importantes dinastias de defensores, a do zagueiro-de-cavanhaque, aplica o famoso chambão em Endrick, ou, como diria um amigo meu, uma espécie de “cotombrada”. Lance ético, didático, apenas a proteção para que a bola saísse, mansa, pela linha de fundo.

Não houve uma sequer, entre as mais de 33 mil pessoas aboletadas na praça esportiva que, de pronto, sugerisse a anotação da penalidade máxima. Nem mesmo o árbitro, que viu o que era para ser visto e intuiu o que era para ser intuído: nada a marcar.

Mas eis que se recorre ao vídeo do lance. E, na câmera lenta, se vê tudo, se vê tanto, que se enxerga até muito mais do que existiu. Na velocidade normal, o choque é de uma banalidade acachapante. Tem a gravidade de um esbarrão num desconhecido ao atravessar a rua.

Agora, aplicada a técnica do slow motion, na sala refrigerada do VAR, e o encontrão de Zé Ivaldo em Endrick pode ser classificado como proibido para menores de 18 anos, quase pornográfico. O atleticano parece atacar o palmeirense com a fúria com que Jack Torrance aplica machadadas na porta em O Iluminado.

Nota-se, portanto, como a apresentação do vídeo influi, decisivamente, na percepção dos árbitros que, você sabe, não são conhecidos mundialmente pela perspicácia. Há, inclusive, determinação da Board para que se desconsidere a avaliação em 240 frames por segundo, sob o risco de distorcer a realidade.

É claro que as hienas lerão este texto como uma defesa ao Athletico, ao vacilante Zé Ivaldo. E antes mesmo de chegar à metade já depositaram comentários em redes sociais exibindo, desavergonhadamente, sua fragorosa visão de mundo. Tudo bem, não importa.

Se tem algo de que eu nunca me escondi é de dar opinião. São mais de 50 anos de carreira sem ficar em cima do muro, sem arregrar. Por isso, não tenho qualquer receio em responder a pergunta fatal: afinal, foi pênalti ou não? Não sei, pode ser que sim, pode ser que não.

De certo que, vai por mim: tolos são aqueles que acreditam na câmera lenta.Meus amigos, aqui Lombardo Gomes, seu ex-narrador em atividade. O jornalista esportivo recordista em anúncios de jabá em todas as mídias: rádio, televisão, jornal e revista. Aliás, saudade dos meus queridos amigos do Forninho, do Fornão, do Estevam, do Porão Italiano.Nelson Rodrigues, com quem certa vez saí no braço em pleno Maracanã, por causa de uma carteira de cigarros, vaticinou, com razão: “O videotape é burro”. Pois eu acrescentaria, sem a pretensão de me colocar no mesmo patamar, que é outro, do enfumaçado dramaturgo: “E a câmera lenta também!”.O duelo entre Athletico e Palmeiras, no Estádio Joaquim Américo, pelo certame nacional, reservou lance digno de manual, episódio enciclopédico, para que as gerações futuras possam, no futuro, entender o passado e, mais notadamente, a bruxaria que é o chamado Video Assistant Refereee, o cognominado VAR.Zé Ivaldo, talvez o último exemplar de uma das mais importantes dinastias de defensores, a do zagueiro-de-cavanhaque, aplica o famoso chambão em Endrick, ou, como diria um amigo meu, uma espécie de “cotombrada”. Lance ético, didático, apenas a proteção para que a bola saísse, mansa, pela linha de fundo.Não houve uma sequer, entre as mais de 33 mil pessoas aboletadas na praça esportiva que, de pronto, sugerisse a anotação da penalidade máxima. Nem mesmo o árbitro, que viu o que era para ser visto e intuiu o que era para ser intuído: nada a marcar.Mas eis que se recorre ao vídeo do lance. E, na câmera lenta, se vê tudo, se vê tanto, que se enxerga até muito mais do que existiu. Na velocidade normal, o choque é de uma banalidade acachapante. Tem a gravidade de um esbarrão num desconhecido ao atravessar a rua.Agora, aplicada a técnica do slow motion, na sala refrigerada do VAR, e o encontrão de Zé Ivaldo em Endrick pode ser classificado como proibido para menores de 18 anos, quase pornográfico. O atleticano parece atacar o palmeirense com a fúria com que Jack Torrance aplica machadadas na porta em O Iluminado.Nota-se, portanto, como a apresentação do vídeo influi, decisivamente, na percepção dos árbitros que, você sabe, não são conhecidos mundialmente pela perspicácia. Há, inclusive, determinação da Board para que se desconsidere a avaliação em 240 frames por segundo, sob o risco de distorcer a realidade.É claro que as hienas lerão este texto como uma defesa ao Athletico, ao vacilante Zé Ivaldo. E antes mesmo de chegar à metade já depositaram comentários em redes sociais exibindo, desavergonhadamente, sua fragorosa visão de mundo. Tudo bem, não importa.Se tem algo de que eu nunca me escondi é de dar opinião. São mais de 50 anos de carreira sem ficar em cima do muro, sem arregrar. Por isso, não tenho qualquer receio em responder a pergunta fatal: afinal, foi pênalti ou não? Não sei, pode ser que sim, pode ser que não.De certo que, vai por mim: tolos são aqueles que acreditam na câmera lenta. Read More  

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